3.11.08
28.10.08
Entrevista com os Madredeus: O espírito da conquista
Davide Pinheiro
Os Madredeus optaram por continuar depois da saída de Teresa Salgueiro e estão de regresso, agora acompanhados pela Banda Cósmica. Em discurso directo, Pedro Ayres Magalhães explica tudo o que aconteceu no último ano.
Porque é que os Madredeus decidiram continuar após a saída da Teresa Salgueiro?
Após a saída da Teresa Salgueiro, ponderei muito se me devia reformar já ou se devia continuar. A Teresa foi uma figura marcante nos Madredeus e era muito difícil encontrar alguém que a substituísse. Chegámos a pensar na hipótese de continuar o projecto mas com outro nome. Houve uma série de pessoas que nos contactaram a dizer que gostavam de entrar para os Madredeus. Nem sequer tivemos necessidade de ir à procura de vozes. Em Dezembro do ano passado, fizemos uma série de audições e fomos escolhendo, até ao início das gravações do disco. Participaram cinco cantoras. As duas melhores solistas (Mariana Abrunheiro e Rita Damásio) ficaram no grupo. Com o dinheiro que entretanto ganhámos com digressões e direitos de autor, pude investir na preparação de um projecto que é exigente.
O que é que vos fez continuar como Madredeus?
Foi uma ideia de melodia que sempre esteve presente nos Madredeus. Este é um projecto de música de todo o mundo e já tocámos para quase toda a gente. A grande diferença é que agora temos a Banda Cósmica.
Isso mudou alguma coisa na concepção do disco?
Não, nada. O disco foi feito exactamente da mesma maneira que os outros. Quer que eu lhe explique como? Eu sou o director musical. Normalmente, componho juntamente com o Carlos Maria Trindade e depois apresento as ideias aos outros. A partir daí, os arranjos são trabalhados.
Para além da Teresa Salgueiro, porque é que o José Peixoto e o Fernando Júdice também sairam?
Porque os Madredeus não podem existir apenas durante três meses por ano. As pessoas têm as suas agendas e eu respeito isso mas os Madredeus exigem muito tempo. Antigamente, nós vendíamos discos e tínhamos os concertos. A partir do momento em que as editoras saem dessa equação é muito mais complicado. É necessário ter uma disponibilidade muito maior para tocar ao vivo. Eu ainda tentei uma certa flexibilização que era ter uma agenda com 15 dias ocupados e outros 15 livres. Mas para algumas pessoas isso era incompatível com outros projectos. Respeito isso mas havia que andar para a frente.
O nome Banda Cósmica remete para o rock progressivo/sinfónico. Há alguma relação?
Sim…era essa a brincadeira. É curioso porque ainda ninguém tinha referido isso mas, sim, acertou em cheio. Quisemos brincar um pouco com o nome até porque se trata de uma referência clara ao meu tempo. Claro que entretanto o mundo já mudou bastante.
Já está a ser prepara alguma digressão mundial?
Sim mas para isso é preciso que nos contratem. Até agora, temos sido privilegiados mas o mercado não está propriamente fácil e esta banda é muito grande. Para já, vamos concentrar-nos na Península Ibérica. Depois, logo se verá…
O que é que sentiu com o surto de nostalgia em torno dos Heróis do Mar em 2007?
Muito bem. Gostei muito do trabalho do Jorge Pires e do Zé Pinheiro no filme («Brava Dança»). Apoiei-os com todo o material que eles necessitaram e foi muito engraçado voltar a reviver aquelas memórias.
14.10.08
Metafonia - o Atlântico a sul
Metafonia
Anuncia-se para 20 de Outubro o lançamento em Portugal de um novo disco dos Madredeus.
“Metafonia” é um duplo CD, editado independentemente por Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade, e distribuido pela Farol Música.
Há muito que eu e o Carlos desejávamos poder tocar as nossas composições, mais alto e para mais pessoas, tantas foram as solicitações para os Madredeus se apresentarem em grandes concertos ao ar livre e festivais.
A partir de agora poderemos sempre fazer os concertos de câmara que são a nossa tradição ou apresentarmo-nos perante audiências maiores, com a Banda Cósmica, a banda que toca mais alto.
A nova formação dos Madredeus pretendeu inventar uma nova concepção de música cantada em português para grandes espectáculos, inspirada na diversa tradição das suas próprias composições, e nos arranjos da música popular da Europa, da Àfrica Ocidental e do Brasil.
Pensamos que conseguimos vislumbrar um caminho contemporâneo para o grupo continuadamente ligado à música ao vivo e pretendemos apresentar concertos em Portugal e Espanha, no próximo ano.
Até lá, aqui fica um grande abraço a todos os que ao longo de tantos anos apoiaram o nosso caminho nas profundezas da alma portuguesa, como músicos itinerantes,autores e compositores, e o convite para que venham de novo ouvir e meditar nas nossas aventuras “metafónicas”, ( - Para além dos sons!), assim que a caravana passar por perto!
Muito Obrigado,
Pedro Ayres Magalhães
Metafonia, o novo disco dos Madredeus & A Banda Cósmica, com:
Mariana Abrunheiro - Voz
Rita Damásio – Voz
Ana Isabel Dias - Harpa
Sérgio Zurawski - Guitarra Eléctrica
Gustavo Roriz – Guitarra Baixo
Ruca Rebordão – Percussão
Babi Bergamini – Bateria
Pedro Ayres Magalhães – Guitarra Clássica
Carlos Maria Trindade – Sintetizadores
Convidado especial
Jorge Varrecoso – Violino
Sofia Vitória, Cristina Loureiro e Marisa Fortes – Coros
Metafonia - alinhamento
Inéditos (Disco 1)
1. Vou (Larga o Navio) (Instrumental)
Música de Carlos Maria Trindade
2. O Eclipse (Habitas no meu pensamento)
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
3. A Profecia Atlântica
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
4. Uma Caipirinha
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
5. Um Amor Assim, o que será?
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
6. Inventar(Meditar no Contratempo)
Letra e música de Carlos Maria Trindade
7. Voava na Noite
Letra de Pedro Ayres Magalhães
Música de Carlos Maria Trindade e Pedro Ayres Magalhães
8. A Comunhão das Vozes
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
9. Dança de Outono
Letra e música de Carlos Maria Trindade
10. Lisboa do Mar
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
11. A Estrada da Montanha
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
12. Uma Pausa
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
Clássicos (Disco 2)
1. O Mar
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
2. Ao Crepúsculo (-Onde é que está o meu Amor?)
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
3. O Navio
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
4. O Paraíso
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
5. Coisas Pequenas
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
6. Agora - Canção aos Novos
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
7. Anseio (fuga apressada)
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
Gravado nos estúdios Música Nómada em Pavia, no Alentejo, entre 4 e 29 de Agosto de 2008.
Misturado nos Garate Studios, em Andoain, País Basco (Espanha), entre 1 e 14 de Setembro de 2008.
Engenheiros de som - Jorge Barata e Jonathan Miller
Masterizado por Andrew Jackson,Tube Audio,Ltd,Londres
Direcção Musical e Produção de Pedro Ayres Magalhães
12.10.08
França, 1982: com Amor, mas sem Amantes Furiosos
10.10.08
Guincho, 1982 - uma foto inédita de João Bafo
1.4.08
A propósito da imagem dos Heróis do Mar...
Para quem nunca viu - e especialmente para quem já viu e nunca se cansa de rever - aí vai o trailer dessa obra-prima do mestre japonês (que tem outras mais).
20.3.08
O senhor Gonçalves passou por Lisboa...
A primeira, aqui ainda em versão crua, chama-se «As Bombas do Rohypnol».
15.2.08
21.11.07
23 e 24 de Novembro - em Lisboa Oriental
24.9.07
A 4 de Outubro, no Fundão
«Brava Dança» será exibido na noite de dia 4, tal como consta do programa.
E nós lá estaremos também: desta vez é o JOPP que vai integrar um dos júris.
Retratos poveiros
A programação, já se sabe, era extensa, e não houve tempo para ver tudo. Mas do que se viu sobraram razões para alegria nas várias histórias de liberdade e resistência que continuam em curso no país - ou seja, apesar do país - e agora perfiladas em filmes. Destaques (pessoais, pelo menos) para «Filhos do Tédio», de Rodrigo Fernandes e Rita Alcaire e para a «Enciclopédia do Hip-Hop, vol. 1», de Uncle C (que tem já em curso o vol.2). Foi um prazer conhecê-los, bem como ao Miguel Braga, ao Ricardo Viana, e a outros amigos. E, claro, foi um prazer redobrado rever Álvaro Costa, um dos suspeitos do costume.
Acabadinhas de descarregar da memória do telemóvel, eis seguidamente as imagens que fixaram algumas das ocasiões. A saber: 1) Álvaro Costa fazendo as honras da casa em pleno palco do Casino da Póvoa, na noite de abertura; 2) José Francisco Pinheiro vigiando de perto o implacável João Pedro Gomes; 3) o mesmo José Francisco Pinheiro na dupla função de presidente do júri e preparador da sua própria retrospectiva, tarefas que lhe ocuparam boa parte dos dias, para não falarmos das noites; 4) e 5) a praia da Póvoa, junto à qual decorria tudo o que interessava; 6) ainda o mesmo José na apresentação da sua retrospectiva, com o MC Álvaro Costa, no célebre Diana Bar onde José Régio tinha (e tem) lugar de honra; 7) Marco Santos e Hilário Amorim no final da função, cansados mas felizes; 8) provavelmente o melhor relógio de praia do país.
1.9.07
Dia 9 de Setembro, na Póvoa de Varzim
«Brava Dança» será exibido na Póvoa de Varzim, pelas 18h30 do próximo domingo, 9 de Setembro, no Diana Bar, antecedendo a entrega de prémios do primeiro Festival Internacional de Video Musical daquela cidade. Causa próxima e substancial para a presença do filme, que é apresentado extra-competição: uma retrospectiva da loooooonga obra de ZEFP em matéria (precisamente) de videos musicais. Bastará dizer que a dita retrospectiva se prolonga por vários dias e se estende a vários espaços da localidade; e que o melhor, portanto, será consultar o programa detalhado. E depois analisá-la demoradamente.
4.8.07
«Brava Dança» na abertura de Paredes de Coura
Até ao final do evento, os nossos destaques vão para «Glastonbury», do tio Julien Temple (dia 13, 15h00) e para os dois últimos filmes do ciclo, no dia 15: «American hardcore - The History of American Punk Rock 1980-1986», de Paul Rachman e Steven Blush, e «Beastie Boys - Awesome, I Fucking shot that», de Adam Yauch.
Curiosidade suplementar: todos estes trabalhos foram concluídos em 2006.