21.11.07

23 e 24 de Novembro - em Lisboa Oriental


«Brava Dança» no próximo fim de semana em Braço de Prata :
sexta 23, o filme; sábado 24, os extras.
Às 22h00.
A entrada é livre.
A saída também.

24.9.07

A 4 de Outubro, no Fundão

Começa já no próximo sábado a edição 2007 do IMAGO, o festival internacional de cinema do Fundão, onde este ano se destaca - e muito - a assinalável presença de Jonas Mekas.
«Brava Dança» será exibido na noite de dia 4, tal como consta do programa.
E nós lá estaremos também: desta vez é o JOPP que vai integrar um dos júris.

Retratos poveiros

Passadas duas semanas, está mais do que na altura de fazer um pequeno balanço da incursão no VIMUS, primeira edição (ou edição experimental, como também lhe chamaram) do novo festival de video e música que a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim pretende levar a cabo doravante, graças a uma proposta de Marco Santos e Hilário Amorim, os organizadores da função.
A programação, já se sabe, era extensa, e não houve tempo para ver tudo. Mas do que se viu sobraram razões para alegria nas várias histórias de liberdade e resistência que continuam em curso no país - ou seja, apesar do país - e agora perfiladas em filmes. Destaques (pessoais, pelo menos) para «Filhos do Tédio», de Rodrigo Fernandes e Rita Alcaire e para a «Enciclopédia do Hip-Hop, vol. 1», de Uncle C (que tem já em curso o vol.2). Foi um prazer conhecê-los, bem como ao Miguel Braga, ao Ricardo Viana, e a outros amigos. E, claro, foi um prazer redobrado rever Álvaro Costa, um dos suspeitos do costume.
Acabadinhas de descarregar da memória do telemóvel, eis seguidamente as imagens que fixaram algumas das ocasiões. A saber: 1) Álvaro Costa fazendo as honras da casa em pleno palco do Casino da Póvoa, na noite de abertura; 2) José Francisco Pinheiro vigiando de perto o implacável João Pedro Gomes; 3) o mesmo José Francisco Pinheiro na dupla função de presidente do júri e preparador da sua própria retrospectiva, tarefas que lhe ocuparam boa parte dos dias, para não falarmos das noites; 4) e 5) a praia da Póvoa, junto à qual decorria tudo o que interessava; 6) ainda o mesmo José na apresentação da sua retrospectiva, com o MC Álvaro Costa, no célebre Diana Bar onde José Régio tinha (e tem) lugar de honra; 7) Marco Santos e Hilário Amorim no final da função, cansados mas felizes; 8) provavelmente o melhor relógio de praia do país.









1.9.07

Dia 9 de Setembro, na Póvoa de Varzim


«Brava Dança» será exibido na Póvoa de Varzim, pelas 18h30 do próximo domingo, 9 de Setembro, no Diana Bar, antecedendo a entrega de prémios do primeiro Festival Internacional de Video Musical daquela cidade. Causa próxima e substancial para a presença do filme, que é apresentado extra-competição: uma retrospectiva da loooooonga obra de ZEFP em matéria (precisamente) de videos musicais. Bastará dizer que a dita retrospectiva se prolonga por vários dias e se estende a vários espaços da localidade; e que o melhor, portanto, será consultar o programa detalhado. E depois analisá-la demoradamente.

4.8.07

«Brava Dança» na abertura de Paredes de Coura

É já no próximo domingo, 12 de Agosto, que tem início o Festival de Paredes de Coura, e coube a «Brava Dança» a honra (e a responsabilidade) de abrir o ciclo de cinema do festival, no Centro Cultural da vila, às 15 horas.

Até ao final do evento, os nossos destaques vão para «Glastonbury», do tio Julien Temple (dia 13, 15h00) e para os dois últimos filmes do ciclo, no dia 15: «American hardcore - The History of American Punk Rock 1980-1986», de Paul Rachman e Steven Blush, e «Beastie Boys - Awesome, I Fucking shot that», de Adam Yauch.

Curiosidade suplementar: todos estes trabalhos foram concluídos em 2006.


3.8.07

Em Barcelona, há muitos dias

Têm-nos chegado algumas queixas, motivadas pela falta de actualização deste blog.
É natural. E ainda bem.

Para remediar a situação, eis uma pequena reportagem fotográfica da nossa ida a Barcelona, no princípio de Junho.

A viagem foi curta, e as imagens apenas cobrem parte do percurso diurno: aeroporto da Portela, aeroporto de Barcelona, digressão pelo Museu de Arte Contemporânea - mesmo em frente às faculdades de Filosofia e de Geografia e História da universidade local - passagem pelo Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), e finalmente chegada ao cinema Casablanca Graciá, onde o filme foi exibido, na presença do cônsul português, Bernardo Futscher Pereira (a quem muito agradecemos), do comissário para a mostra cinematográfica, Pedro Teles Ramos (visitem a casa portuguesa que ele tem na capital catalã) e de quase uma trintena de interessados, entre os quais alguns estudantes portugueses; e mais precisamente, açorianos.

Da noite que se seguiu não há imagens. Mas recomendamos as especialidades gastronómicos do Bar Morrison. E gostámos de confraternizar francamente com os simpáticos X-Wife, enquanto descobríamos juntos as vantagens da caipirinha local.

Foi breve, mas muito agradável.










31.5.07

Daqui a dias, em Barcelona...


Quem estiver em Barcelona - ou por lá passar - na próxima terça-feira, dia 5 de Junho, terá oportunidade de assistir à exibição de «Brava Dança» no cinema Casablanca. A sessão tem início pelas 20h00, com a projecção de «Mercado do Bolhão», documentário de Renata Sancho (2003), seguindo-se-lhe «Brava Dança» e uma posterior conversa connosco, os autores do dito. Após o que iremos provavelmente ramblar e, quem sabe, comer uma butifarra.

O evento está incluído na programação de uma semana de cultura portuguesa naquela cidade, intitulada Portugal Convida, por iniciativa do Consulado Geral de Portugal em Barcelona.

31.3.07

7 jovens... e músicos

Na recta final do processo de adesão à Comunidade Económica Europeia (hoje União Europeia) havia que mostrar um certo alinhamento com questões e comemorações do mundo ocidental, exibir alguma atenção e contemporaneidade. Em 1985 acontece o Festival Comemorativo do Ano Europeu da Música e do Ano Internacional da Juventude, que tem lugar na Estufa Fria, em Lisboa. Artes plásticas e música fazem parte do cardápio. Tocam os Heróis do Mar, GNR, Jorge Palma, Delfins, Fancy One e Sétima Legião. A RTP faz a cobertura. Rodrigo Leão quer mais. Quer paz!

30.3.07

Arte e Ofício - uns gajos do Norte

Surgem em Brava Dança referências aos Arte e Ofício. Mas afinal quem eram esses tipos? Sérgio Castro (baixo), António Garcês (voz), Álvaro Azevedo (bateria), Fernando Nascimento e Serginho (guitarras) vinham do Porto, e em tempos foram o melhor grupo português de rock. Ou talvez não, dada a salutar rivalidade que se fazia sentir entre eles e os lisboetas Tantra. Em todo o caso era difícil - e ainda hoje é - encontrar um cantor como Garcês. Ele e Sérgio Castro já tinham passado pelos Psico; e o baterista fizera parte dos Pop Five Music Incorporated. As imagens providenciadas pelo Videotoupeira oferecem-vos uma breve ideia de como é que tudo isto funcionava em conjunto.

29.3.07

Luso-Clubbing (parte I)

1982. AMOR.

O primeiro máxi-single da história da industria discográfica portuguesa. O 1º disco de platina atribuido a um artista português. O primeiro vinil português a ser tocado por dj's em clubes e discotecas. Portugal aprendia a dançar.

(Lisboa) Sonho nº 2

« Levou a droga para a esquadra - Um tipógrafo desempregado que pediu aos guardas da PSP para utilizar as instalações sanitárias da esquadra do largo do Jardim do Regedor, acabou por ser detido. Isto, porque tendo os guardas estranhado que o homem se demorasse tanto tempo, abriram a porta e deram com ele a injectar num braço um líquido que se presume ser droga.»

Recorte do Diário de Lisboa 04Jan1977, citado em Paulo da Costa Domingos, Asfalto, Lisboa: & etc., 1977 (Dezembro)

Notas sobre Portugal - 1978


«O "Quinto Império" de Pessoa não exigia já o delírio e a inconsciência e os vãos sacrifícios ao fim dos quais perdemos, como era previsível e até para cegos de nascimento, um império terrestre que só começou a existir a sério para a Nação quando surgiu no horizonte a possibilidade da sua perda. Com essa perda alterou-se em profundidade e definitivamente a imagem corporal que cada português, mesmo os que o não sabiam, transportavam consigo. Aparentemente, sem que isso tenha mobilizado a paixão e a inteligência pátria para reajustar à nova realidade portuguesa, amputada da sua existência secular de nação imperial e colonizadora, uma nova imagem. Depois de tantas décadas de convívio íntimo oficial com uma imagem particularmente irrealista da nossa História e das nossas possibilidades, o despertar dessa existência eufórica acabada em pesadelo tinha de arrastar após si o impulso duradoiro dessa mitologia nefasta. Como era de esperar, não seria uma Revolução caída do céu militar que poderia repor miraculosamente o País em condições de se readaptar, enfim, àquilo que é e que pode. As contas a ajustar com as imagens que a nossa aventura colonizadora suscitou na consciência nacional são largas e de trama complexa demais. A urgência política só na aparência suprimiu uma questão que também na aparência o País parece não se ter posto. Mas ela existe. Querendo-o ou não, somos agora outros, embora como é natural continuemos não só a pensar-nos como os mesmos, mas até a fabricar novos mitos para assegurar uma identidade que, se persiste, mudou de forma, estrutura e consistência. Chegou o tempo de existirmos e nos vermos tais como somos. Ao menos uma vez na nossa existência multissecular aproveitemos a dolorosa lição de uma cegueira que se quis inspiração divina e patriótica, para nos compreendermos em termos realistas, inventando uma relação com Portugal na qual nos possamos rever sem ressentimentos fúnebres, nem delírios patológicos. Aceitemo-nos com a carga inteira do nosso passado que de qualquer modo continuará a navegar dentro de nós. Mas não autorizemos ninguém a simplificar e a confiscar para benefício dos privilegiados da fortuna, do poder ou da cultura, uma imagem de Portugal mutilada e mutilante, através da qual nos privemos de um Futuro cuja definição e perfil é obra e aposta da comunidade inteira e não dos seus guias providenciais.»

Eduardo Lourenço, O Labirinto da Saudade - Psicanálise mítica do destino português, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1978 (Junho)

27.3.07

Tantra

Os Tantra foram a primeira banda portuguesa a esgotar a lotação do Coliseu dos Recreios, em duas noites consecutivos de Dezembro de 1977, para os concertos de apresentação do seu primeiro LP, Mistérios e Maravilhas. No ano seguinte publicaram o segundo LP, Holocausto, que levariam depois em digressão pelo país. Entre um e outro disco, a formação do grupo alterou-se: mantiveram-se Manuel Cardoso (guitarra), António José Almeida (bateria) e Américo Luís (baixo), mas o teclista Armando Gama foi substituído por Pedro Luís, e Tony Moura, guitarrista e vocalista dos Psico, participou como artista convidado.

Graças ao Videotoupeira, eis um apontamento visual sobre o grupo que combina imagens desses dois momentos: no espectáculo de apresentação do primeiro disco, o cantor mascarado é Manuel Cardoso, e as imagens, embora fugazes, transmitem uma ideia (pálida) da pujança cénica dos Tantra; no segundo momento, em ambiente de sala de ensaios, é Tony Moura quem canta, enquanto Manuel Cardoso, agora sem máscara, se limita tocar guitarra solo.

Em ambos os casos, vê-se e ouve-se a presença do futuro herói baterista, a quem os demais chamavam «Chefe».

26.3.07

A Vaca de Fogo - 1987

Notas para uma cronologia: em Fevereiro de 1987, os Heróis do Mar apresentam ao vivo no Voxmania o novo álbum Macau. Em Junho, é gravado numa antiga igreja de Xabregas (bairro oriental de Lisboa) o primeiro álbum dos Madredeus - grupo constituído por Pedro Aires Magalhães, Rodrigo Leão e Gabriel Gomes (membros dos Sétima Legião), o violoncelista Francisco Ribeiro e a cantora Teresa Salgueiro.
O primeiro videoclip dos Madredeus, que durante muitos anos foi também o único, adaptou o ambiente castiço e bucólico do bairro de Alfama à canção «A Vaca de Fogo» - o primeiro êxito do grupo, particularmente nos seus concertos ao vivo. O filme foi realizado por Paulo Miguel Forte e marcou o início de uma outra aventura (mas essa audiovisual), que se chamaria Latina-Europa.

A entrevista com Isabel Lindim, para a Le Cool...

...está aqui, para quem não sabia.

24.3.07

Supersticioso - nas Eleições Presidenciais de 1986

Eis a histórica actuação "terrorista" dos HDM na noite da 2ª volta das eleições presidenciais de 1986: é Supersticioso, em versão agitada e integral, "hosted by" Carlos Fino e numa versão diferente do vídeo musical da mesma canção, anteriormente rodado numa jaula do Jardim Zoológico. O cenário fora inicialmente pensado para Pássaro Vermelho (...um gato é um gato/ um cão é um cão/ Portugal parece uma prisão...), tema que afinal nunca chegaria a ser ilustrado visualmente.

Wikitreta

«Os Heróis do Mar foram uma banda de rock portuguesa formada em Março de 1981 por: Paulo Pedro Gonçalves (guitarra), Carlos Maria Trindade (teclas), Tozé Almeida (bateria), Pedro Ayres Magalhães (baixo) e Rui Pregal da Cunha (voz). Todos os membros eram activistas de extrema-direita. [Carece de fontes] O Grupo acabou por se separar em 1990 devido a conflitos internos, e a Pedro Ayres Magalhães se ter inscrito no CDS-PP, pois o grupo era ainda mais à direita.[Carece de fontes]

É verdadeiramente hilariante, o cabeçalho da página da Wikipédia dedicada aos Heróis do Mar! Mas, na prática, é triste constatar que o que foi pensado como ferramenta de trabalho colaborativo e inspirou a recente produção de wikis dos mais diversos géneros, anda a ser aproveitado por alguém para espalhar tretas - que, naturalmente, «carecem de fontes» - e enganar o povinho. E mais alguém, com supostas responsabilidades de supervisão editorial, permite que se publique a coisa assim. Pura negligência, ou pura má fé?

A primeira entrevista dos Heróis na rádio...

...foi feita por Jorge Fallorca, que rememora a situação no texto intitulado «Andam a dar-nos ópera...» , publicado no blog da Frenesi. Fica a pergunta do costume: o que foi feito desses arquivos?

Ver também Vozes Razoáveis (17), por Paulo da Costa Domingos

23.3.07

Os Perspectiva (excerto)

Os Perspectiva eram do Barreiro, e foram uma belíssima aventura, feita (como se percebe aqui) de um intenso trabalho poético e musical. Aquele guitarrista de barbas e camisola riscada é o nosso António Pinheiro da Silva, três décadas mais novo. Também é ele que diz o poema inicial, parece-nos.

Rapazes de Lisboa: vão para o campo trabalhar!

Em 1984, Paulo Pedro Gonçalves e Pedro Aires Magalhães publicaram, através da recém criada Fundação Atlântica, as suas primeiras obras a solo - até hoje, também as únicas. Rapazes de Lisboa, de P.P. Gonçalves, e Ocidente Infernal de P.A. Magalhães nunca foram reeditadas em versão digital e continuam a ser obscuros e cobiçados discos de culto.

Para aguçar ainda um pouco mais o apetite, eis um excerto da «versão urbana» de Rapazes, com animação visual de ZEFP. E aguardem igual tratamento para Ocidente Infernal.

22.3.07

Festa xamânica em 1992

Em 1992 os Lx90 convidaram-me para realizar o seu 2º vídeo musical: Dah Wah.
Numa Lisboa efervescente, reuniram-se boas vontades e lá fomos durante uma tarde de Abril para um armazém em Xabregas, habitual palco de genuínas "rave parties" - clandestinas, como mandavam as regras - que incendiavam as noites da capital. Na noite anterior tínhamos estado no areal da Costa da Caparica para a captação de imagens de uma situação labirintíco/xamânica.
Foi o primeiro vídeo musical português a entrar no "sistema MTV" (MTV Brasil em 1992) e nele surgem os rostos e os corpos de Rui Pregal da Cunha, Paulo Pedro Gonçalves, Nini Garcia, DJ Vibe, Nuno Roque, General D, Patrícia Bull, Ana Marta, Júlia Schönberg, Nelson, Miguel Manaças, DJ Johnny, os Alcantara Dancers e os alunos da escola de circo do Chapitô. Obrigado a todos eles, e muito especialmente ao João Silveira Ramos, que foi quem descobriu aquele espaço.
No ano seguinte, os Lx90 deixaram Lisboa para se fixarem em Londres.


Dah Wah - LX 90

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Aqui d'el Rock - 1978

Os Aqui d'el Rock eram constituídos pelo Óscar (voz), o Alfredo (guitarra), o Fernando (baixo) e o José Serra (bateria), e foram o único grupo punk lisboeta que gravou discos - no caso, dois singles: «Há Que Violentar o Sistema» (com «Quero Tudo» no lado 2), e «Eu Não Sei» (com «Dedicada (a quem nos rouba)», no lado B); foi este último tema que integrámos na banda sonora de Brava Dança.

Os Aqui d'el Rock tiveram uma carreira curta, mas empolgante. Após o fim dos Corpo Diplomático, no início de 1980, o cantor Carlos Gonçalves ainda ensaiou com eles durante algum tempo; mas não chegaram a gravar mais nenhum disco, e por isso a memória do grupo foi-se desvanecendo lentamente. Porém, uma alma caridosa disponibilizou agora no You Tube esta pérola - que não podemos deixar de agradecer comovidamente.

Continuem a explorar o fundo dos vossos baús. Há que violentar o sistema.

21.3.07

33

É o número de temas musicais que compõem a narrativa sonora de Brava Dança. Criados entre 1977 e 2000, são todos da autoria do Bando do Cinco, sob a forma de agrupamentos (vários) ou de individualidades. Uma única excepção: "Dedicada", dos Aqui D'el Rock.

Para os que se queixam de que não conseguiram memorizar nada. Para os que saem antes do fim da história - enganados pela "programação automática" das salas da Lusomundo que põe o recinto pipoqueiro a meia-luz 7 minutos antes do final do filme. Para os que se aborreceram e para os curiosos, divulgamos a lista completa dos créditos musicais, em slow motion e com brinde...
Acompanha EU NÃO MERECI, uma pérola do quarto álbum não incluída em Brava Dança.

20.3.07

Os lixeiros

1988.A contínua reinvenção. 7 anos depois do meteoro que foi o 1º álbum, os Heróis do Mar ainda o encenavam com vontade e modernidade. Manuel Jorge Roque apresenta, Rui Reininho dá uma ajuda e...quem toca baixo?

19.3.07

LXboa nos 90

Da Estrela à Mouraria, um bando de lisboetas canta em inglês.
Estamos em 1992, vendo e ouvindo o caminho da redenção escolhido por aqueles que também foram para fora.
Um street movie genuíno proporcionado por uma cidade generosa. Road To Redemption dos LX 90 (dessincronia cortesia de you tube).

Herberto Helder (2)

«[…] A juventude alimenta-se do que as garras apanham, e os antigos defendem-se das gerações insaciáveis atirando carne podre. Mas é carne onde se insinuam ainda o odor e o gosto do sangue, e um tigre juvenil não decorou tão bem a identidade que se não confunda desprevenidamente com uma jovem hiena.
Mas de tudo isso descobri eu os maneirismos e a figura romântica. Éramos uma nova imitação de Cristo na luciferina versão de alguns radicais, antigos e modernos, para quem a poesia foi uma acção terrorista, uma técnica de operar pelo medo e o sangue. Ingenuidade tão monstruosa como a da mitologia solar que transporta para os mercados as pombas da paz, a terceira pessoa do pacto social – isso: o que a lei espera do amansamento das disposições dramáticas.
É sempre fácil caminhar em cima das águas, mas é impossível fazê-lo milagrosamente. Tornou-se um número de circo – aquele equilíbrio no arame que mata o apetite de vertigem e nebulosa delinquência de uma emotividade suburbana. A última revelação é esta de sermos os produtores inexoráveis e os inevitáveis produtos de uma ironia cuja única dignidade é descender do tormento, um tormento sempre equivocado na sua manifestação sensível. Por isso cada vez mais me devoto às imobilidades, aos silêncios, ao sono.
Se quisesse, apresentava-me como uma vítima da escrita, da inocência, da neurose e suas instâncias psiquiátricas e psicanalíticas; uma vítima da mitologia do fogo e da água, das razões misteriosas da morte e transfiguração, ou do princípio de que aquilo que está em baixo é igual ao que está em cima, das práticas sexuais angélicas no fundo do inferno; vítima, enfim, da oposição ao mundo e do radicalismo com que alguém se empenha na utopia do ouro onde gloriosamente queima os dedos. Poderia dizer: sou um leproso!
Mas vivi em África, longe de toda a cartografia vertente, longe também da intenção mitográfica euro-africana – e aconteceram-me alguns entremezes sinistros e iluminantes. Vi leprosos, fui tocado por leprosos. Vi a guerra, a morte frontal, a minha morte – e vi os desertos. Vi-me a mim próprio subindo, numa metamorfose exasperada, dos precipícios do pavor até às estritas regras da vida. E estava maduro para ver tudo. Desejei então ser eu mesmo o mais obscuro dos enigmas vivos, e aplicar as mãos na matéria primária da terra. Gostaria de ser um entrançador de tabaco.
Não sou vítima de nada; não sou vítima da ilusão do conhecimento. Escrever é literalmente um jogo de espelhos, e no meio desse jogo representa-se a cena multiplicada de uma carnificina metafisicamente irrisória. As caçadas celestes, o esotérico pentagrama corporal, a antropofagia mágica imprimiram-me no filme docemente truculento do cinema geral de bairro, endereçado à fruição analfabeta.
Qualquer poeta que tenha atravessado os túneis pode assinar a palavra "merda".
Claro que conheço vários medos e ferocidades. Por isso ainda estou vivo. É o outro lado da ironia, lado a que chamo fabuloso de uma ironia a que também chamo fabulosa, não por serem posse minha, mas por pertencerem a este fabulosamente vazio enigma do mundo.»

[in Photomaton & Vox, Lisboa: Assírio e Alvim, 1979]

Com um obrigado ao Paulo da Costa Domingos

Ver também De Um Lugar Entre Outros

17.3.07

Silvestre (1981)

Este filme de João César Monteiro - e também o primeiro de Maria de Medeiros - foi concluído em 1981 e estreado a 6 de Maio de 1982 no antigo Cinebloco, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa.
O que importa aqui não é apenas a sua coincidência temporal com a eclosão dos Heróis do Mar, mas antes a sua coincidência temática: também Silvestre parecia regressar ao período mítico da Idade Média e ao imaginário dos romances de cavalaria para exibir uma metáfora do presente.
No entanto, não se vislumbrou nele a ameaça «reaccionária» que seria detectada nos Heróis do Mar. Porquê?

A entrevista no JL

Para os mais desatentos, eis a entrevista de Maria Leonor Nunes,
publicada no JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias do passado dia 28 de Fevereiro:


O esplendor dos 80
Por Maria Leonor Nunes

Foram seis anos de vida em que deram tudo, da alma ao bolso, por conta e risco e pela convicção que é preciso passar das palavras aos actos, do querer ao fazer. Fizeram Brava Dança, um documentário sobre os Heróis do Mar, um grupo que marcou os anos 80, em Portugal. Jorge Pereirinha Pires, 46 anos, jornalista, tradutor, guionista e crítico literário e musical, – colaborou no JL, nomeadamente sobre matérias ligadas à Filosofia, área em que está a fazer um segundo mestrado, com José Gil –, e José Francisco Pinheiro, 41 anos, realizador de televisão e de videoclips – criador do Pop-Off, um dos mais singulares programas sobre música e não só –, juntaram a uma amizade antiga a ideia de fazer o filme, de que são autores, realizadores e investidores, ainda que tivessem contado com o apoio do ICAM. Só que metade desse apoio foi para pagar os três minutos e meio de imagens, que tiveram de comprar aos arquivos franceses, visto que dos primórdios dos Heróis do Mar não rezam os arquivos portugueses. Mas essa foi apenas uma contrariedade. Não lhes faltaram obstáculos e imaginação para os ultrapassar. De «respigadores» na investigação ao trabalho de «relojoeiros» da montagem, em que pacientemente converteram horas de entrevistas em cem minutos de filme. E não vão ficar por aqui. Brava Dança vai estrear dia 8 de Março, em várias salas de Lisboa e do Porto, mas querem levar a todos os lugares possíveis, numa espécie de descentralização pelo país, o filme que não quer ser uma «elegia», mas é um auto-retrato dos Heróis do Mar ou o recontar da história de uma banda que puxou o país para outra dança.

Jornal de Letras: Porque os Heróis do Mar?
Jorge Pereirinha Pires: Fizemos este filme por várias razões, a primeira das quais porque queríamos fazer alguma coisa juntos. Qualquer coisa que se visse.
José Francisco Pinheiro: Dentro do género documental, sobre uma agremiação musical ou um movimento artístico, poderíamos ter ido por caminhos mais fáceis. O mais difícil talvez fosse mesmo os Heróis do Mar e agarramos esse desafio.
JPP: Porque é uma banda que já acabou há quase 20 anos, não é tema de actualidade. Na prática, durante estes anos, andámos a investigar como respigadores, como no filme da Agnès Varda. Os Heróis vêm de um meio cultural muito pequeno de Lisboa, que no fim dos anos 70 estava sintonizado com outras correntes que agitavam as capitais europeias. A sua via é a música popular, mas o que transmitem é bastante mais vasto. Daí também a sua importância, são literalmente os porta-estandarte.
- Brava Dança fala também de uma geração?
JFP: Dos anos 80 e também de Portugal na actualidade.
JPP: Dificilmente poderíamos encontrar outro grupo que reunisse as suas características e que nos permitisse alargar o discurso para além da ‘infantilização’ das audiências, que normalmente se usa quando se fala de música popular. Além disso, os ‘Heróis’ são realmente notáveis e diferentes.
- Notáveis porque se tornaram muito notados?
JFP: Notáveis individualmente e em conjunto. São cinco personagens fortes e a energia que geraram juntos resultou em algo extraordinário num Portugal que não dançava, com pouco sentido de humor. Acho que nunca mais houve cá um front man de uma banda como o Rui Pregal da Cunha, com a devida vénia a Rui Reininho, que é contemporâneo. Mas também Pedro Ayres Magalhães, com a sua clarividência e genialidade, António José Almeida, sempre crítico, Carlos Maria Trindade, muito cerebral, ou Paulo Pedro Gonçalves, que é uma força da Natureza.
- De Brava Dança decorre a desconstrução de certas ideias feitas sobre os Heróis do Mar, muito conotados com a Direita?
JPP: Foram colocados nesse papel. A leitura que se fez dos Heróis do Mar, a decifração daquele processo artístico, foi condicionada à partida pelos média. Aparentemente certa esquerda estava desesperadamente a precisar de inimigos como forma de mobilizar os seus apoiantes. Aqueles rapazes puseram-se a jeito. É um pouco a medida do Portugal que tínhamos. Ou temos. Evidentemente que essa campanha teve consequências. Por exemplo, o facto de pessoas da extrema-direita aparecerem nos concertos a fazerem a saudação nazi. Eles tinham que os interromper e pedir-lhes para saírem. Claro que isso não era notícia na imprensa. Ninguém se dava ao trabalho de andar a ver os concertos para escrever sobre eles. A crítica musical no início dos anos 80 não era brilhante. Há o célebre episódio de Com as Minhas Tamanquinhas, de Zeca Afonso, ter sido considerado o pior disco do ano...
JFP: Ainda hoje somos consequência desses tempos. Saltámos directos da censura para o mercado, sem fundamentos. E muita imprensa, muito veículo de divulgação não está actualizado com as forças criativas que existem neste país. É mais fácil e seguro pegar nos nomes que já existem há muito tempo, do que investigar, sistematizar e mostrar tanta coisa nova que está a ser feita por jovens. E mais velhos, porque dói imenso ver pessoas que nunca tiveram o lugar que merecem.
- Por exemplo?
JPP: Al Berto. E com tanto lixo que se publica em DVD, acho notável que não se consiga ver filmes portugueses como os do António Reis e da Margarida Cordeiro.
- Há no princípio do filme um forte enquadramento político, que depois se vai diluindo?
JFP: Tal como se diluiu no país. Os Heróis do Mar surgiram com uma força Situacionista, mas não deixaram de ser engolidos e de se vergarem à sociedade de espectáculo e a todo o consumismo inerente.
JPP: Os processos artísticos, a vontade de fazer arte tem sempre uma dominante política, na medida em que se apela a uma determinada comunidade, indistinta e incógnita, sobretudo porque é de gosto. Foi isso que sucedeu com os Heróis do Mar. Eles suscitam o aparecimento de uma comunidade, mas a certa altura tornou-se pouco para puderem prosseguir. A uma sobrevivência em playback, preferiram acabar com o grupo.
- Além dos Heróis, registaram o testemunho de Edgar Pêra, Manuel Mozos ou António Campos Rosado. Que critérios seguiram?
JFP: Proximidade e envolvência no processo, em várias fases. Não nos interessou a opinião exterior.
JPP: É uma história contada de dentro para fora, sem comentadores.
- Sem o contraditório?
JPP: Não tem que haver. Não fizemos jornalismo. E afinal, o contraditório já existiu todos estes anos. Interessou-nos mostrar a vida de um processo artístico.
-Têm outros projectos? Poderemos esperar um documentário sobre outra banda ou mesmo sobre os anos 80?
JPP: E quem tem interesse em filmes ou séries que não tenham que ver com concursos, nem sejam telenovelas? E quem financia? Levámos seis anos a fazer Brava Dança. Uma série sobre os anos 80 em geral ou se faz de uma forma organizada, ou é um projecto até ao fim dos nossos dias.
JFP: Encontrámos muitas dificuldades para fazer este documentário. Num país onde não há a tradição do registo da memória é difícil encontrar imagens de arquivo. Mas já temos de facto outro projecto, que tem que ver com Portugal, as pessoas e os automóveis.
JPP: Portugal visto por um pára-brisas.

16.3.07

Histórias de Setúbal

José Simões recorda duas histórias bem curiosas no seu blog Der Terrorist: como foi um concerto dos Faíscas naquela cidade, em 1978; e como foi o primeiro concerto dos Heróis do Mar , três anos mais tarde, ali à beira do Sado.

Ler também, entre outros, Como descobri Alexandre O'Neill

Ana Hatherly

No dia 17 de Outubro de 2004 - graças à cortesia da autora e de Jorge Molder, director do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão / Fundação Calouste Gulbenkian - foi-nos franqueado o acesso aos arquivos da colecção do CAMJAP, para que pudéssemos recolher imagens da série de painéis de Ana Hatherly intitulada As Ruas de Lisboa (1977).



A série integral contempla 11 painéis, dos quais 3 estavam habitualmente em exposição permanente, e os restantes 8 em arquivo, junto com os restantes fundos da colecção.




Filmámos todos eles, usando essas imagens na sequência de Brava Dança relativa à revolução do 25 de Abril.




A escolha não foi acidental, nem meramente decorativa - As Ruas de Lisboa tem uma origem, e uma história, bastante peculiares. Em 1977, o ano do punk, Lisboa tornara-se um pequeno paraíso para os grafittis e a colagem de cartazes (também foi uma época áurea para os tipógrafos, portanto); a cidade era um local que podia ser lido quotidianamente, e no qual as inscrições murais se sobrepunham umas às outras, dia após dia, transformando as paredes da urbe num imenso palimpsesto. As Ruas de Lisboa obriga-nos a reflectir sobre as ideias de leitura, de acaso e de memória.

Às horas da madrugada, iludindo a vigilância das militâncias partidárias e outros coladores de cartazes, Ana Hatherly recortava algumas dessas superfícies do palimpsesto, levando-as para casa (normalmente num rolo, para atrair menos as atenções e para poupar o material), onde posteriormente as colava sobre cartão ou platex.










No filme, temos portanto uma colagem (nossa) de uma colagem (dela) de uma colagem (dos outros).

Finalmente, não pode deixar de recomendar-se o visionamento de outra peça de Ana Hatherly igualmente incluída na colecção do CAMJAP: trata-se do filme Revolução, filmado em Super 8 e montado em circunstâncias extremamente precárias. Só alguns anos mais tarde foi sonorizado.
























15.3.07

E por falar em rádio...



... valerá certamente a pena acompanhar a emissão de Álvaro Costa «Heróis do Mar - Duas Horas de Saudade», com a participação de Pedro Aires Magalhães, Carlos Maria Trindade, Rui Pregal da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves, bem como dos autores de Brava Dança. Na Antena Um, entre as 17h e as 19h do próximo sábado, 17 de Março. Repete no dia seguinte pelas 21h (hora em que, na Antena 3, se emite pela segunda vez a «versão radiofónica» do filme). Pode assim dizer-se que haverá um simultâneo...

FADO

Os artistas, em ambiente de Sociedade Recreativa da Região Oeste, cumprem, mais uma vez, aquilo que lhes é pedido. 1987

Porque é que eles se riem?

No caso de Henrique Amaro, à esquerda, a resposta é evidente: após ter emitido, no passado dia 7, a nossa «versão radiofónica» de Brava Dança no seu conhecido programa Portugália (Antena 3), vai repetir a experiência pelas 21h do próximo domingo, dia 18 de Março; e posteriormente às 20h do dia 24, sábado.

No caso do Dr. Pinheiro, à direita, a aposta do fotógrafo é que ele descobre, a cada passo, as alegrias de ter três pernas - uma das quais metálica.

PS: nota altamente positiva para o visual exterior do novo edifício/estúdio da RTP. Quem é o arquitecto responsável?

14.3.07

Paixão

Vídeo musical rodado nos estúdios da defunta Telecine (onde pára o riquíssimo arquivo ?), ao Príncipe Real, em 1983.

Máximas

«As gentes comuns têm um profundo respeito pelos especialistas de todo o género. Ignoram que a razão pela qual se faz profissão de uma coisa não é o amor dessa coisa mas do que se lucra com ela - e que quem ensina alguma coisa raramente a conhece a fundo; pois se a estudasse como deveria, em geral não lhe restaria tempo para ensiná-la.»
Arthur Schopenhauer, A Arte de Ter Sempre Razão (1830), Lisboa: Frenesi, 2006

Cachopa

Desde que existe, a televisão tem contado com uma fiel aliada: a Música.

É esta arte que serve sempre de "acerto de emissão", "interlúdio", "momento de variedades", ou "emissão preenchida com..."

A Música proporciona à televisão "minutos baratos".

Porque são repetíveis até à exaustão, porque não há dignidade na apresentação, porque não há "cachet".

Por isso é que não há Música ao vivo na nossa televisão.

Heróis do Mar: playback de CACHOPA em 1983 - mais uma emissão resgatada ao cemitério electromagnético.

O guitarrista foi à TV

Estivemos com Paulo Pedro Gonçalves no programa «Curto-Circuito», da SIC-Radical. Emissão em directo, na tarde de 8 de Março. Uma das melhores entrevistas, e das mais bem preparadas. Foi um prazer.

13.3.07

Supersticioso


Das profundezas do sinal magnético, começamos a tornar visível (?) aquilo que poucos, até agora, puderam pôr os olhos em cima: teledisco, vídeoclip, vídeo musical, disco voador, frisbee ou ovni, não interessa - são os Heróis enjaulados, no ano da graça de mil novecentos e oitenta e quatro.

Dois cartazes? O Dr. Pinheiro explica!!

[José Francisco Pinheiro, dirigindo-se ao estimável público, fala de Tó Trips, o autor do cartaz de Brava Dança, da selecção do cartaz «oficial» e das verdadeiras origens do cartaz «paralelo». Imagens da câmara A - António Forte / Droid , na noite de 11Mar2007]

Vai trabalhar menino!

o enviado especial do Top +, Luís Oliveira, entrevista o cantor junto à Golden Gate Bridge em S. Francisco, cidade que Rui Pregal da Cunha escolheu para fazer nenhum. Hoje, 15.37 gmt.

11.3.07

Nota para João Lopes

«Um criador não é alguém que trabalhe para o prazer.
Um criador só faz aquilo de que sente absoluta necessidade.»
Gilles Deleuze, «O que é o acto da criação?», 1987 (ver video
)


O nosso Dantas surgiu na pele de João Lopes: desviou por instantes o olhar dos videoclips de Madonna e das páginas da Vanity Fair, deixou-o pousar com displicência sobre um objecto alheio a esse universo que tanto preza, e quedou-se perplexo. Ainda formulou a pergunta correcta («De que é que o filme nos fala quando fala dos Heróis do Mar?»), mas encontrar a resposta esteve para além das suas forças, muito embora existissem algumas respostas mesmo ali à mão: o filme «fala» por exemplo de uma ética, fala do tempo, fala de uma ética no tempo.
De alguém que ganha a vida como crítico de cinema esperar-se-ia uma outra atitude, mais dinâmica e activa - por exemplo, a de analisar que tipo de cinema é que este filme invoca; e, sobretudo, que não caísse em erros de principiante, como o de confundir o material recolhido para o filme com o material editado no filme; ou o de anunciar a falsa novidade de que o filme «já tem blog», quando na verdade o tem desde Junho de 2006.
João Lopes não encontra mais do que o enfado e o vazio. Não admira: vistas as coisas, ele também não procura muito mais do que isso, ainda que a essa penosa indolência acrescente alguma insolência.
No entanto, do que precisávamos era de ideias.
E, em tais circunstâncias, a nota não pode ser melhor.

Autor: João Lopes
Título: «Música e Política»
Edição: Diário de Notícias 08Mar2007; republicado online
Classificação: 7/20

Paulo Pedro Gonçalves - algumas impressões

[No final da antestreia de «Brava Dança» em Lisboa, 07.03.2007. Entrevista e câmara B: Cristina L. Duarte]

9.3.07

Antestreia em Lisboa - crónica social 2

Algumas reacções após a projecção (câmara B, Cristina L. Duarte; edit JOPP).

Antestreia em Lisboa - crónica social (1)

[Antes da exibição do filme. Imagens câmara B, Cristina L. Duarte; edit JOPP]

Salas com condições adequadas

No caso, a de Lisboa (C. C. Vasco da Gama). Imagens de António Forte / Droid

Após uma prova oral

Lisboa sobre rodas na noite de dia 7, após uma sessão radiofónica com participações simpáticas e calientes, mas abundante em informações erróneas - que lá se esclareceram na medida do possível. No entanto, passados dois dias, o blog do programa ainda não efectuou as devidas correcções, e isso é de meter dó.

Lisboa, ainda mais tarde












[Uma rapidinha com os Heróis do Mar; noite de poesia no Frágil (era quarta-feira); encontro na Rua do Alecrim (com algum apoio líquido das Caves Neto Costa - e vai um beijo para a Isabel); e António Forte (o homem sombra, o homem luz) em plena acção. Ao fim da noite, um automóvel com um retrovisor a menos - obrigado Lisboa!]